COE – Centro de Oftalmologia Especializada

Ceratocone

Trata-se de uma doença degenerativa da córnea, não inflamatória, onde a rigidez do colágeno corneano é anormalmente baixa. Essa fragilidade do colágeno faz com que a área central da córnea torne-se progressivamente mais fina e irregular, assumindo a forma de cone. Como a córnea é a principal lente do olho, qualquer distorção provoca a formação de imagens distorcidas na retina, e assim, visão embaçada. À medida em que a distorção em forma de cone aumenta, os pacientes tornam-se gradualmente mais míopes e com alto grau de astigmatismo, que não pode ser corrigido com óculos.

Normalmente essa doença aparece na adolescência e pode progredir até a quarta década de vida. Afeta 1 em cada 2000 pessoas. Em mais de 95% dos casos a doença acomete os dois olhos, entretanto é comum que um deles seja mais afetado que o outro. A causa ou causas específicas não são totalmente conhecidas, mas a origem da doença é provavelmente genética. Apesar disso, só é encontrada associação familiar em cerca de 16% dos casos. Alguns hábitos, como o de coçar os olhos, estão claramente associados com a progressão da doença e estágios mais avançados dela.

A progressão normalmente é lenta, contudo podem haver períodos de rápida piora. Não é possível prever a velocidade da progressão ou mesmo se ela vai ocorrer em determinado caso. O diagnóstico precoce é fundamental para se evitar a progressão para estágios mais avançados da doença.

O tratamento é individualizado para cada caso e será direcionado de acordo com o estágio da doença e nível de comprometimento da visão. O primeiro passo é diagnosticar se a doença é progressiva ou não e apenas seu oftalmologista será capaz de fazer esse diagnóstico. Constatada a progressão, a primeira indicação é a realização do Cross-Linking do colágeno corneano para interromper a evolução da doença ainda em estágios iniciais. Uma vez interrompida a progressão, o foco do tratamento passa a ser a correção da perda visual provocada pelo Ceratocone.

Para estágios iniciais apenas o uso de óculos pode ser suficiente. Com a progressão da doença, e aumento da irregularidade corneana, os óculos podem não ser suficientes para correção da visão e necessitamos do uso de lentes de contato específicas, rígidas ou gelatinosas especiais. Quando em uso, as lentes de contato substituem a superfície irregular da córnea doente por outra, artificialmente regular e, geralmente, permitem melhora importante da visão. Entretanto, nem todos os pacientes toleram bem o uso diário dessas lentes e a adaptação pode ser desafiadora. Para os casos mais avançados, apenas o uso de óculos ou lentes de contato podem não ser suficientes e necessitamos lançar mão de opções cirúrgicas de tratamento. A primeira e mais amplamente utilizada é o implante dos Anéis de Ferrara. Para os casos onde os anéis não estão indicados, ou não são suficientes para se atingir a correção visual necessária, há a necessidade do Transplante de Córnea (DALK).

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